sexta-feira, 22 de julho de 2011

RITUAIS DO SANTO DAIME PODERIAM ESCONDER USO DE DROGAS

Rituais do Daime escondem uso de drogas, afirma presidente da federação Presidente da Federação Nacional da Ayahuasca admite que uso de drogas está disseminado em rituais do Daime e defende repressão.

O presidente da Federação Nacional da Ayahuasca - mais conhecida como Santo Daime -, Emiliano Dias Linhares, disse nesta segunda-feira, em audiência pública na Câmara dos Deputados, que o uso de drogas como a maconha e a cocaína estão presentes em diversos templos religiosos. Segundo ele, caso não exista uma forte repressão, a proposta do deputado Paes de Lira (PTC-SP), que quer proibir o chá, ganhará força e a religião fundada no início do século 20 pode acabar. “Hoje há uma banalização no uso do chá. 

A mistura com drogas está acontecendo em larga escala. Há quem o misture com a Santa Maria (maconha), com a Santa Clara (cocaína) e mais recentemente com crack, e deram nome de São Pedro para ele. Isso é um absurdo que tem que acabar. Eu prefiro ver o Daime proibido a isso seguir assim, com gente dando droga até para crianças”, disse. A audiência pública realizada nesta tarde foi feita a pedido do deputado Paes de Lira, que quer proibir o uso da bebida alucinógena no Brasil desde março, quando o cartunista Glauco foi assassinado por Carlos Eduardo Nunes, adepto da igreja de Daime, Céu de Maria, fundada pelo artista. 

“O uso do chá pode levar a surtos psicóticos ou ao consumo de outras drogas. Hoje tivemos denúncias graves do uso de drogas junto com o chá. Precisamos analisar melhor o tema e a liberação do uso da Ayahuasca”, disse Lira. A igreja fundada por Glauco chegou a ser citada por Emiliano. Durante exposição na audiência pública o presidente mostrou um documento enviado por ele à Polícia Federal onde constava o nome da Céu de Maria na lista de igrejas em que ele acusa de haver uso de drogas paralelamente ao Daime.

“Nós entregamos documento para o Conad [Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, e para a Polícia Federal], mostrando os pontos de narcotráfico. E um deles era lá [no Céu de Maria]. Quinze dias depois o Glauco morre”, disse. Além do uso de entorpecentes, que potencializam o efeito do chá, Emiliano também criticou a comercialização da Ayahuasca. De acordo com ele, qualquer um pode comprar os ingredientes do chá pela internet ou indo a alguns dos templos que desrespeitam a Lei. “E compram para usar com maconha, com anfetamina, nas festas raves e nos prostíbulos”, disse. 

O presidente da Federação sugeriu que o governo crie um órgão para fiscalizar o uso do Santo Daime no Brasil, fechar casas e prender os responsáveis em locais onde seja identificado o uso de drogas junto ao chá. Briga Durante a audiência pública Emiliano bateu boca com o presidente da União Brasileira do Vegetal - um dos maiores grupos do Santo Daime – Flávio Mesquita da Silva. Emiliano cobrou um posicionamento forte por parte da seita no combate às drogas. Ainda criticou um vídeo exibido por Flávio mostrando a cultura do Daime. “A situação comprovadamente é que chegou um ponto que o Estado precisa sim agir. Se atentar à realidade é momento de ação. Não adianta colocar vídeo e mostrar coisa bonita enquanto gente é aliciada e tem tráfico dentro dos rituais Santo Daime. Muitas coisas foram ditas e poucas resolvidas”, disse. 

Flávio, por sua vez, disse que o controle na União do Vegetal é rígido, mas que não estava ali para entrar em polêmicas pois há mais de 20 anos luta pela legalização da Ayahuasca, e que Emiliano não sabia disso “pois começou a tomar há pouco tempo e não conhece a história” do chá. Ele ainda entregou uma petição extra-judicial para que Emiliano a assinasse. A intenção é impedir que Emiliano use o nome da União do Vegetal em sua Federação da Ayahuasca. 

Protesto 

Cerca de 500 pessoas participaram de um protesto em frente à Câmara Federal . Adeptos do Daime, pediam para que os deputados não apoiassem o projeto de Paes de Lira, que proíbe o chá no país.


Fonte: Portal IG


Efeitos
Segundo algumas correntes de defensores do seu uso religioso e ritualístico, a hoasca não é um alucinógeno. Seus defensores preferem utilizar o termo enteógeno (gr. en- = dentro/interno, -theo- = deus/divindade, -genos = gerador), ou "gerador da divindade interna" uma vez que seu uso se dá em contextos ritualísticos específicos. Para seus críticos, contudo, a opção sócio-cultural do usuário ou a tolerância religiosa de alguns países ao seu princípio ativo, o DMT, não altera sua classificação, uma vez que o objetivo continua sendo o de induzir visões pessoais e estados alterados por meio da ingestão de uma substância.
Segundo os relatos dos usuários, a hoasca produz uma ampliação da percepção que faz com que se veja nitidamente a imaginação e acesse níveis psíquicos subconscientes e outras percepções da realidade, estando sempre consciente do que acontece — as chamadas mirações. Os adeptos consideram esse estado como supramental "desalucinado" e de "hiperlucidez" ou êxtase.
Num contexto religioso, tais fenômenos são atribuídos à clarividência, projeção da consciência, acesso a registros etéricos (arquivos akáshicos) ou contatos espirituais. Noutras experiências, dependendo da formulação de cada grupo e tolerância particular, o estado alterado se dá pelas visões interiores próximas de um estado meditativo, em que o usuário consegue distinguir tais visões ou "mirações" pessoais da "realidade exterior".
Cientificamente, a propriedade psicoativa da ayahuasca se deve à presença, nas folhas da chacrona, de uma substância alucinogéna denominada N,N-dimetiltriptamina (DMT), produzido naturalmente (em doses menores) no organismo humano, Rick Strassman especulou que a Glândula pineal seja o seu produtor no corpo humano, contudo, não existem estudos clínicos que o comprovem de fato . O DMT é metabolizado pelo organismo por meio da enzima monoamina oxidase (MAO), e não tem efeitos psicoativos quando administrado por via oral. No entanto, o caapi possui alcalóides capazes de inibir os efeitos da MAO: harmina, tetraidroarmina e harmalina, principalmente. Desse modo, o DMT fica ativo quando administrado por via oral e tem sua ação prolongada.
A hoasca provoca alteração da consciência sem causar danos físicos. Muitos consumidores atribuem à substância propriedades curativas, como reativar órgãos danificados e melhoras em quadros de dependência química, por exemplo. De fato, não há dependência física conhecida, ainda que a necessidade intrínseca do uso da planta em todos os ritos para se atingir estados alterados seja visto por alguns como manifestação de uma dependência psíquica bastante estimulada pelo contexto religioso e social. Existe também um estudo, realizado com desenho duplo-cego controlado com placebo, que demonstrou que a ayahuasca, administrada de forma aguda para consumidores com larga experiência com a bebida, reduz sinais relacionados ao pânico, diminui a desesperança e não altera os sinais relacionados com a ansiedade.

Riscos para a saúde

Não há dados científicos que indiquem riscos em relação à saúde física. Há, contudo, constantes relatos de vômitos e sudorese em alto percentual dos que a experimentam, o que sugere tentativas do corpo em expelir a substância. O uso contínuo, entretanto, parece favorecer uma tolerância química ao princípio ativo e conseqüente diminuição da intensidade dos sintomas.
Em alguns casos, a ingestão pode levar a sensação de medo e perda do controle, levando a reações de pânico. Na maior parte das vezes tais reações passam junto com o efeito da bebida, sem necessidade de atendimento médico, não existe o risco de desencadear nenhum tipo de quadro de síndrome de pânico.
O consumo da bebida pode também desencadear quadros psicóticos em pessoas predispostas a essas doenças, ou desencadear novas crises em indivíduos portadores de doenças psiquiátricas tais como transtorno bipolar e esquizofrenia, contudo não há evidências que tais manifestações possuam uma incidência maior que na população como um todo.
Pessoas com transtorno bipolar (antiga psicose maníaco-depressiva) devem merecer atenção especial. Os alcalóides inibidores de monoamina oxidase presentes na bebida, como aharmina e harmalina, têm efeito análogo a alguns antidepressivos, como a moclobemida (Aurorix®). Importante observar que antidepressivos, sejam inibidores de monoamino oxidase,inibidores seletivos de recaptação de serotonina ou ainda de outras classes são associados a maior risco de episódios de mania nos casos de transtorno bipolar. Há significativo risco de surtos psicóticos em indivíduos com predisposição genética. Pode ainda ocorrer persecutoriedade, fuga da realidade e alienação.



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